As ferramentas de economia da saúde e desfechos (health economics and outcomes research, HEOR) são de alta relevância para provedores e operadoras de saúde para aumentar a eficiência clínica e gerar valor para os pacientes.
O data analytics tem por objetivo dar fundamentos à criação de ciclos de aprendizado entre profissionais da saúde e gestores. Uma vez que desfechos e os custos de episódios ou ciclos de cuidado são revelados, torna-se possível identificar pontos que necessitam de melhorias e reforçar condutas que produzem resultados.
Ferramentas como os programas Power BI e Google Data Studio podem ser utilizadas para criar dashboards interativos, reunindo informações relevantes sobre os desfechos, custos e segurança dos pacientes.
A análise de desfechos não pode ser limitada às escalas genéricas de qualidade de vida tipicamente utilizadas na economia da saúde, como o EuroQol-5D. Embora o EuroQol-5D forneça ferramentas para a comparação entre diversas áreas da saúde, na maioria das vezes ele não tem poder discriminatório suficiente para identificar mudanças relevantes para os pacientes.
Escalas específicas podem capturar desfechos relevantes para os pacientes com a condição em estudo. Além disso, como apontado na Hierarquia de Desfechos de Porter, é necessário capturar três níveis de desfechos, incluindo o estado de saúde alcançado ou mantido, o processo de recuperação, e a sustentabilidade da saúde.
Os custos devem ser calculados no nível de cada paciente. É fundamental identificar não apenas o valor reembolsado pela fonte pagadora, como o custo de todo o processo de cuidado e recuperação para o prestador. Também pode ser importante calcular custos para os pacientes e familiares.
A metodologia mais indicada é o Custeio Baseado em Atividade e Tempo (TDABC, do inglês Time-Diven Activity-Based Costing). A ferramenta requer o cálculo do custo de todas as atividades envolvidas no atendimento, incluindo o tempo utilizado por cada profissional.
Através de um custeio adequado, é possível identificar pontos de economias que não prejudiquem os desfechos relevantes para os pacientes, assim como otimizar o cuidado sob a perspectiva de um ciclo completo, não apenas de procedimentos isolados.